30 de janeiro de 2011

Câncer de Mama: Diagnóstico precoce auxilia no combate à doença

Cada vez mais o câncer de mama tem se tornado uma preocupação constante na vida da mulher brasileira. Quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura são grandes; no entanto, o câncer de mama tem sido o principal responsável por óbito de câncer entre as brasileiras.

De acordo com as mastologistas, Dra. Regina Celi Costa da Silveira, e Dra. Cláudia Maria Avelar e Silva, o acompanhamento de um especialista, a mamografia periódica e o auto exame podem garantir um diagnóstico precoce. “Com este diagnóstico precoce, as possibilidades de cura são bem maiores”.

Indicações

Segundo a American Cancer Society, entre os 35 e 40 anos deve ser feita a primeira mamografia de base ou padrão. No período entre 40 e 49 anos, a mulher deve fazer uma mamografia a cada 2 anos ou de ano em ano dependendo dos fatores de risco. Acima dos 49 anos, é necessária uma mamografia a cada ano. As especialistas informam que as estatísticas atestam que a maioria dos casos ocorre quando a mulher está na faixa etária de 40 a 50 anos.

Somente no ano passado, foram registrados, aproximadamente, 31 mil casos de câncer de mama no Brasil. Os dados mundiais são mais assustadores ainda: aproximadamente um milhão de mulheres apresentarão a doença até este ano.

Tabus

Segundo as médicas, é importante que alguns tabus sejam derrubados e que as pessoas estejam melhor informadas sobre a doença no intuito de facilitar o diagnóstico. Um dos mitos é o de que a mamografia dá câncer. De acordo com as especialistas, os aparelhos diminuíram a dose de radiação necessária para a execução do exame e melhoraram a qualidade das imagens obtidas. “O risco é insignificante perto do benefício obtido”.

As médicas explicam que nem todo nódulo na mama representa câncer: “A maioria dos caroços de mama são benignos”. E a hereditariedade não é fator preponderante no câncer de mama. Algumas pessoas acreditam que quando alguém da família manifesta a doença, todas as outras mulheres da família, necessariamente, terão. “O risco aumenta quando existe um caso de câncer na família em parentes de primeiro grau, mas, ainda assim, a maioria das mulheres não desenvolverá a doença”.

Segundo as especialistas, é importante que as mulheres realizem o auto-exame, mensalmente, ou após a menstruação. Isto auxilia no diagnóstico antecipado.


Como fazer o auto exame

1- De frente para o espelho verifique se existem áreas de saliência ou afundamento, feridas mudança de coloração ou textura da pele ou mamilo.

2- Faça movimentos com os braços, para cima e para baixo procurando principalmente áreas de retração que aparecem com o movimento.

3- Deitada coloque o braço atrás da cabeça. Com a mão oposta, apalpe os lados e a região central da mama.

4- Com a ponta dos dedos, faça movimentos no sentido de avaliar os tecidos mamários e a eventual presença de nódulos (caroços). Repita os mesmos movimentos na outra mama.

5- Apalpe as axilas procurando nódulos (caroços).

6- Aperte delicadamente um dos mamilos para detectar secreções, principalmente se forem sanguinolentas. Repita o mesmo movimento com o outro mamilo.

29 de janeiro de 2011

Touca barra efeito de quimioterapia

Peça resfria o couro cabeludo a 5°C e evita queda de cabelo que costuma acompanhar tratamento quimioterápico para câncer

Efeitos colaterais. Algumas pacientes relataram dores de cabeça e incômodo com o frio
Melissa Lisbon se preparou para as náuseas e as dores ósseas associadas à quimioterapia após ser diagnosticada com um câncer de mama. Mas a possível perda de seus longos cabelos loiros também a deixaram ansiosa.

Embora os efeitos colaterais da terapia possam ser suportados privadamente, a perda de cabelo seria um choque para o seu ego e um sinal visível de que ela é vítima de câncer, disse Melissa, de San José, Califórnia. Agora, ela está entre as 20 pacientes que estão testando uma touca de gel de silicone que parece um capacete, fabricada pela empresa sueca Dignitana AB, que projetou o resfriamento do couro cabeludo para manter os cabelos intactos.

Tive pacientes que demoraram para decidir pela quimioterapia porque estavam preocupadas com a perda de seus cabelos", disse Hope Rugo, médica da Universidade da Califórnia, em San Francisco. "O impacto psicológico da perda de cabelo e o efeito na vida profissional são significativos."

Mais de 60% das 54 mil mulheres do país com tumores de mama em estágio inicial sofrerão perda de cabelo decorrente de quimioterapia, disse Jennifer Obel, oncologista da Northshore University HealthSystem em Evanston, Illinois. No total, cerca de 900 mil pacientes de câncer foram submetidas a quimioterapia em 2010, segundo a Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Washington.

Segundo Hope, mais pesquisas serão necessárias para avaliar a segurança e utilidade do método.

O dispositivo da Dignitana esfria o couro cabeludo a 5°C. Uma preocupação é a de que, embora isso possa evitar que os efeitos venenosos da quimioterapia atinjam as raízes dos cabelos, também pode permitir que células cancerosas desgarradas permaneçam no couro cabeludo.
Outros problemas relatados são o fato de que algumas pacientes não conseguem tolerar as toucas frias, enquanto outras se queixam de dores de cabeça.

Se o estudo da Universidade da Califórnia for bem-sucedido, a companhia iniciará um estudo com cem pacientes neste ano, disse o presidente executivo da Dignitana, Martin Waleij, cuja empresa está baseada em Lund, Suécia. Waleij disse que a empresa espera receber aprovação das autoridades sanitárias americanas no segundo semestre de 2012. O produto, chamado DigniCap, é vendido na Europa, tendo gerado uma receita de US$ 1 milhão em 2010, a maior parte na Dinamarca, Noruega e Suécia.

David Olmos - O Estado de S.Paulo
Tradução de Celso M. Paciornik

17 de janeiro de 2011

Novo exame de sangue detecta e captura células cancerígenas

Um novo exame de sangue que detecta e captura uma única célula cancerígena entre bilhões de sadias está perto de chegar ao mercado.

Cientistas de Boston, que inventaram o teste, e a gigante Johnson & Johnson pretendem anunciar nesta segunda-feira uma parceria para produzir o teste sanguíneo. Quatro grandes centros de câncer também devem dar início a estudos sobre o exame neste ano.

Células cancerosas dispersas no sangue significam que o tumor se espalhou ou que provavelmente se espalhará, acreditam os médicos. Um teste que pode capturar tais célul
as tem o potencial de transformar o tratamento de muitos tipos de câncer, especialmente de mama, próstata, cólon e pulmão.

Inicialmente, os médicos querem usar o teste para tentar prever qual seria o melhor tratamento para o tumor de cada paciente e descobrir rapidamente se eles estão fazendo efeito.

"É como uma biópsia líquida" que evita a retirada dolorosa de amostras de tecido e pode monitorar os pacientes de uma forma mais eficiente que tomografias periódicas, disse Daniel Haber, chefe do centro de câncer do Hospital Geral de Massachusetts de câncer e um dos inventores do teste.

No futuro, o teste poderá oferecer uma alternativa para detectar o câncer, além da mamografia e da colonoscopia.

O único teste disponível no mercado para localizar as células tumorais no sangue conta somente as células doentes, mas não as captura, impedindo que os médicos possam analisá-las para escolher o tratamento mais adequado.

O teste usa um microchip que se assemelha a uma lâmina de laboratório coberta de 78.000 cilindros pequenos, como cerdas de uma escova de cabelo. Eles são cobertos com anticorpos que atraem as células tumorais. Quando o sangue atravessa o chip, as células batem nos cilindros como uma bola em uma máquina de pinball. As células cancerígenas ficam presas e um corante faz com que elas brilhem, permitindo que os cientistas possam contá-las e capturá-las para o estudo.

O acordo pretende melhorar o microchip e encontrar um preço mais barato de plástico para torná-lo prático para produção em massa. Atualmente, o teste custa centenas de dólares e a meta de preço ainda não foi definida.

Segundo o oncologista Paulo Hoff, diretor clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, já existem outros exames que fazem a contagem de células cancerígenas, mas eles não estão disponíveis no Brasil e não capturam as células.

"Esse exame tem uma sofisticação. Além de quantitativo, ele é qualitativo e permite analisar as células e escolher o tipo de tratamento que será eficaz", diz Hoff.

Carlos Gil Ferreira, coordenador de pesquisa clínica do Instituto Nacional de Câncer, afirma que o teste vai ser útil para os casos de câncer com risco de metástase.

"São tumores cujas células podem invadir os vasos e se espalhar pelo organismo. Isso acontece com intestino, próstata, pulmão e mama."

Os especialistas estimam que um exame como esse ainda demore cerca de dois anos para ser aprovado pelo FDA, órgão que regula medicamentos nos EUA , e chegar ao Brasil.

Guilherme Genestreti, Associated Press, São Paulo - 03 de janeiro de 2011.